Bocalom e Normando Sales vão a Brasília tentar impedir posse de Bittar
Tião Bocalom mantém o controle do PSDB acreano há vários anos, desde que assumiu a direção do partido por conta de uma intervenção do Diretório Nacional.
Tião Bocalom mantém o controle do PSDB acreano há vários anos/Fotos: Wania Pinheiro
A novela que tem como principais personagens o deputado Marcio Bittar e o presidente do Diretório Regional do PSDB, Tião Bocalom, ainda irá render emocionantes capítulos.
Na manhã desta terça-feira (5), Bocalom desembarcou em Brasília acompanhado de seu fiel escudeiro, Normando Sales, deputado Wesley Rocha e o secretário Frank Lima para tentarem uma última negociação com a direção nacional do tucanato.
Debaixo do braço, eles levaram a ata da última reunião convocada por Bocalom, onde algumas lideranças do PSDB se disseram contrárias ao acordo firmado em Brasília por Bittar, Bocalom e o Diretório Nacional do PSDB.
“Na verdade, o que eles querem é ficar com tudo e deixar o deputado federal mais votado da história do Acre sem nada”, disse um militante ligado a Marcio Bittar.
“O que o Bocalom e seu grupo querem não é a vaga para disputar a Prefeitura de Rio Branco? O Márcio já cedeu. Mesmo com o nome bem avaliado nas pesquisas ele decidiu apoiar Bocalom. Só que ele não pode entregar tudo, tem que ter o direito de pelo menos ficar na direção do partido, emenda outra liderança tucana.
Em entrevista publicada na imprensa esta semana, Marcio Bittar revelou um acordo firmado entre Bocalom e a direção nacional do PSDB e garantiu que vai continuar trabalhando para unir o partido.
“Meu desejo é ver a oposição unida, construindo um grande projeto para o Acre. O Bocalom não será o candidato do PSDB, se não quiser. Agora, não posso ficar sem nada, quero que seja cumprido o acordo firmado com a direção nacional para que eu assuma o PSDB e possa cuidar dos interesses do partido nas eleições de 2012 e 2014. E isso Não quer dizer que terei que ser candidato ao governo. Poderei ser candidato a reeleição”, disse Bittar.
“Meu desejo é ver a oposição unida, construindo um grande projeto para o Acre. O Bocalom não será o candidato do PSDB, se não quiser. Agora, não posso ficar sem nada, quero que seja cumprido o acordo firmado com a direção nacional para que eu assuma o PSDB e possa cuidar dos interesses do partido nas eleições de 2012 e 2014. E isso Não quer dizer que terei que ser candidato ao governo. Poderei ser candidato a reeleição”, disse Bittar.
Bocalom com Marcio Bittar e lideranças do PSDB, durante convenção nacional do partido, em Brasília
Briga pela chave do cofre
Tião Bocalom mantém o controle do PSDB acreano há vários anos, desde que assumiu a direção do partido por conta de uma intervenção do Diretório Nacional.
Sempre assessorado pelo técnico em enfermagem, Frank Lima, que depois foi nomeado Secretário Geral do partido, e por Normando Sales, seu principal articulador político, Bocalom mandou e desmandou durante muitos anos no ninho tucano.
Com a entrada de Marcio Bittar no PSDB, muitos militantes que não estavam satisfeitos com a administração de Tião Bocalom, decidiram que caminhariam com o novo tucano. Já na campanha de 20110, quando Bittar disputou e foi eleito o deputado federal mais votado do Acre, com mais de 52 mil votos, muitos tucanos já lhe acompanharam.
Desenhando um cenário após a eleição, Bocalom tratou de lançar o nome de sua mulher para a Câmara Federal, pois sabia que teria que, no futuro, dividir o comando do partido com Marcio Bittar. “Ele só fez isso para ter uma desculpara de não votar no Marcio, pois sabia que sua mulher não ganharia as eleições”, disse um tucano de Acrelândia.
Durante toda a campanha, Marcio Bittar enfrentou vários problemas com Bocalom e seu grupo. Um dos maiores foi quando não teve como impedir que o PSDB se coligasse com partidos que poderiam lhe tomar vagas na Câmara Federal e Assembléia Legislativa.
Por conta dos acordos feitos por Tião Bocalom, o PSDB do Acre deixou de reeleger o então deputado Luiz Gonzaga, que obteve mais de quatro mil votos e acabou ficando na suplência de um deputado do PMN. O PSDB também deixou de eleger mais um deputado federal.
Depois de revelar o acordo firmado entre Tião Bocalom e a direção nacional do PSDB, Marcio Bittar não falou mais sobre o assunto. Mas uma coisa é certa: O PSDB não tem espaço para Bittar e Bocalom.
“Não adianta o Marcio continuar insistindo. Ele já cedeu tudo ao Bocalom e ao seu grupo. Esse cara (Bocalom) é muito guloso, que ficar com tudo”, diz o comerciante Joseval Mendes, 45, que vem acompanhando a polêmica no ninho tucano.
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