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26.9.11

O Senhor X


NARCISO MENDES SE APOSENTA. ATÉ QUANDO?

Quem me substituirá?

Narciso Mendes (*)
A causa, por sua nobreza, convidava-me a continuar, mas, como tudo na vida tem seus limites, cheguei aos meus.

Como quem no cumprimento de uma missão, fiz, durante os últimos oito árduos anos, a mais severa e implacável oposição ao PT.

Não por acaso, pelo meu inflexível e duro comportamento, criei um monte de inimigos - no que entendia perfeitamente. O que não entendo é não ter tido o menor reconhecimento por parte daqueles que de fato foram os maiores beneficiários de minhas corajosas ações. Decepcionei-me ao descobrir que fui vítima da lei da cozinha, aquela que diz que o cozinheiro nunca é chamado para o banquete.

Fui recentemente candidato a deputado federal numa coligação que tinha quase uma centena de candidatos a deputado estadual. Só dois deles, o deputado reeleito Luiz Calixto e minha esposa Célia Mendes, cujo registro também se presta a agradecê-los, apoiaram-me gratuitamente. Todos os demais me cobravam alguma coi$a em troca do seu apoio. Por não atendê-los, quase todos acabaram caindo nas mãos daqueles que, dispostos a comprar um mandado de deputado federal, não tardaram em cooptá-los. Contados, medidos e pesados, os candidatos a deputado estadual da coligação “cidadã”, contribuíram decisivamente para o acachapante e vergonhoso desequilíbrio e derrota dessa própria legenda. Candidatos a deputado estadual do próprio PPS fizeram campanha aberta para Júnior Betão, Antônia Lúcia, Gladson Cameli e outros, sem que nenhuma providência tivesse sido tomada. Por diversas vezes chamei a atenção do próprio Márcio Bittar: cidadão - eleição se perde ou se ganha, é do jogo político-eleitoral, o que não se pode poder perder numa eleição é a vergonha. Não perdi a minha.

Jamais renunciaria minha missão em razão das sucessivas vitórias dos meus adversários. Pelo contrário, dava-me prazer. Após cada uma delas, ato contínuo, prosseguia na luta. Estive sempre preparado a enfrentá-los. Entendo a importância da oposição para um regime democrático. Entretanto, jamais me preparei, pela iniqüidade e covardia, que tornar-me-ia vítima da própria oposição a quem tanto havia me dedicado.

A quem passarei o bastão? Preciso entregá-lo urgentemente a quem de direito. Quem sabe assim, sem minha presença, as oposições acreanas se unam para cumprir o papel que lhe está reservado. Repito: estou fora. Menos pelo fortalecimento dos meus adversários e mais pela ingratidão dos meus farsantes aliados.

Aos maldosos que estão esboçando algumas especulações a meu respeito, respondo-os: não sou e nem virarei petista. Manter-me-ei coerente às minhas convicções políticas. Agora faz parte dessas convicções não querer conversar com os ingratos. Fujo deles. Tenho nojo deles.

As ruas de todas as cidades do Acre, em particular as ruas de Rio Branco, garantiam minha vitória. Via e sentia minha eleição quando nelas caminhava. As ruas não fingem e tampouco traem, diferentemente dos dissimulados: estes traem pelo simples prazer de trair e tramam pelo sórdido prazer de tramar. Se obtive os votos que precisava para me tornar representante do povo acreano na Câmara dos Deputados, a etapa mais difícil em uma disputa eleitoral, não consegui incutir na cabeça dos dirigentes da Frente da Cidadania que ao comandarem uma campanha ampla e francamente desorganizada, sem o mínimo de autoridade e disciplina, ao fim e ao cabo, todo e qualquer prejuízo seria imprevisível.

Recuso-me a participar de qualquer reunião onde os assuntos tratados digam respeito à formação da possível e necessária oposição que precisa ser estabelecida no Acre. Por favor, não me convidem a participar de nenhuma delas. Para isto, estarei permanentemente ocupado, lendo e aprendendo, até concluir o que deverei fazer para me livrar dos patifes.

Por essas e outras dou minha missão como encerrada. Minha cadeira está vazia e à espera de alguém que ouse ocupá-la. Um aviso aos interessados: seu ocupante precisa ter muita coragem.

(*) Narciso Mendes foi candidato a Deputado Federal nas eleições de 2006. Artigo originalmente publicado no jornal O Rio Branco, no dia 22/10/2006. Nunca tinha lido artigos de Narciso pois achava que ele escrevia tão ruim quanto falava na sua emissora de TV - a aparência não ajudava... Tenho que admitir: ele escreve bem, talvez seja o melhor entre todos o que militam no ORB.


Publicado por Evandro Ferreira
Terça-feira, Outubro 24, 2006

Um comentário:

Victinho disse...

Olá Caro paris, boa tarde!

- Cantando: Como vai você? Eu preciso saber da sua vida. Peça Alguém pra me contar sobre seus dias. Amanheceu e eu preciso só saber: como vai bem? E o Moisés Diniz, como vai? Tá bem? Gostei do que você falou meu caro! Falou bonito, ôhhhh!

Paris, seu comentário além de esclarecedor, apresenta uma ótima redação textual, sucinta e mais clara, impossível. Até me elogiou. Estou inflado! Obrigado.

Só tem um, porém. Essa sua, vamos dizer "cantiga de grilo", não faz sentido: O victinho é louco, insano, odeia, blá, blá, blá. Todo dia, manhã, tarde e noite. Se coloque no meu lugar meu caro paris e verás o que irás sentir ao ser trocado por Narciso Mendes, Osmir Lima, Cabo Orlando, Orleir Cameli, etc. Isso, depois de todo mau que ELES fizeram ao povo acreano. E tudo que EU (Victinho), fiz contra eles (...) a favor da luta do PC do B e FPA, por longos 18 anos.

Paris: Não fui eu que mudei! Não sou eu que ando a bajular, batendo palmas para uma "montanha russa" de pessoas, reconhecidamente, de péssimo histórico político. De caráter e idoneidade, no mínimo duvidosa e intragável em qualquer ambiente minimamente saudável.

Assim como eles (...) paris, que por motivos sórdidos e interesses pessoais, podem ir, e são recebidos com flores e banquetes na FPA. Eu (Victinho), me reservo o direito de discordar dessa anormal, complicada e cínica aceitação de vocês comunistas. Que além de total e completo silêncio sobre o assunto, ainda “racham” as mãos batendo palmas para esses caras (...), meu!

Muito mais por conta do silêncio do que pelas mãos de vocês, em nome da coerência que me move, sou obrigado a discordar frontalmente da mudança de comportamento comunista, nivelada tão por baixo. Digo, se jogam na sarjeta para se PERPETUARem no bem-bom que a vida oferece hoje aos dirigentes comunistas do Acre. E pior, em nome de todos os filiados acreanos!

Copiou (Ctrl+C) caro paris? Não me queira mal, pois eu só sei lhe querer bem. Você me inspira!

Ah, paris! Não precisa mudar de opinião a meu respeito, pois ao contrário do que parece, não tenho a pretensão de convencê-lo a ficar do meu lado. O que digo e escrevo aos comunistas neste blog, inclusive a você, É PARA CHEGAR AOS OLHOS E CORAÇÕES DOS LEITORES do Aquiles e, assim, possibilitar a cada um, que VEJA e tire suas próprias conclusões a respeito de como são contraditórios os seus camaradas e comunistas do PC do B.

E principalmente paris, como vocês são iguais a quaisquer simples mortal, com uma diferença: ambiciosos pelo poder a qualquer preço, egoístas, oportunistas, gueludos e vai... Por aí a fora!

Concluindo mesmo paris: VOCÊS COMUNISTAS SÃO UMA ABERRAÇÃO, UM BANDO DE IDIOTAS ÚTEIS AO CAPITALISMO... Coitado do velho Karl Marx, tanto esforço pra nada... Que paradoxo!!

Abraço amigo Aquiles e também para você ingênuo e fiel paris,

Do: Victinho - "Comunista Nunca Marx" (em 18m2)